Devido ao elevado número de emails que começaram a surgir no Blog dedicado ao consultório sentimental. Hoje reunimos algumas questões que vão ser respondidas pela Dr.ª Ana Escapadinha, cujo objectivo é a promoção de encontros felizes.
Uma especialista que já deu provas com anos de experiência dentro e fora do consultório, uma verdadeira “pro” na orientação das pessoas para a fuga quando uma relação está verdadeiramente a dar para o “torto”. A referir, que alteramos os nomes para respeitar a privacidade dos intervenientes.



Ana E, Desde já obrigada pelo seu email. Pela sua descrição, e na primeira parte refere um casamento perfeito será que era mesmo? Analise e pense no antes, quando namoravam os encontros eram felizes.? Além disso, quais foram as razões sentimentais desta evolução de namoro para casamento? Nessa altura existiam sintamos de traição? São aspectos que me ajudariam a fundamentar a minha resposta. De qualquer das formas se esse casamento era “perfeito”, enquanto o seu marido a traia. Decerto e não querendo ser tendenciosa, em vez de considerar que tudo funcionou no seu casamento como uma mentira. Tem que pensar bem, e ver se cada momento amoroso seria apenas parte do longo e muito egoísta golpe do seu marido. Faça um mapa mental, você pode querer ver o que era bom no seu casamento e o que havia de intolerável no seu marido como duas coisas que existiam lado a lado. Então, em vez de dizer a si mesmo: "Este foi um péssimo casamento, e que foi tudo mentira, e eu simplesmente não sabia", diga a si mesmo: "Foi um bom casamento, apesar das trapaças, não era tudo mentira, mas era muito menos perfeito que eu pensava. ” É aí que você precisará chegar se quiser permanecer nesse casamento. Outra questão será o perdão. Se acaso o perdoar será uma decisão definitiva e não com “vingança”. Prepare-se pois este vai ser dos maiores "se" que já enfrentou na sua vida. E, embora não haja estudos que mostrem "uma vez trapaceiro, sempre trapaceiro". Certamente que estudos mostraram que alguém que enganou tem mais probabilidade de enganar novamente. Sinto muito por você estar passando por isso, principalmente agora. Contudo essa decisão com todas os aspectos que estarão presos a essa decisão será sua. Outra questão seria a das crianças, mas como não refere esse especto, não o pude referir.







Ana E, Não vejo mal em usar um vestido de noiva em uma futura recepção para comemorar o seu casamento. Especialmente considerando as circunstâncias que obrigaram a cancelar a sua celebração original. As pessoas que têm o poder dessa decisão são, vocês , o casal. Se têm um relacionamento feliz que vos conduziu ao casamento, a decisão é vossa, quando muito com a opinião de familiares. Como uma festa pode ser falsa? Como uma parte pode ser autêntica, nesse caso? Certamente que nos dias que atravessamos será mais complicado essa celebração. Terá que pensar o que é importante para si e quais são as suas prioridades e talvez ter o cuidado de reduzir na medida do possível a festa. Parece-me que o falatório se referia mais a condições económicas. Certamente que, não pode celebrar o seu casamento fisicamente com muitas pessoas agora porque é um risco para a saúde. Portanto, se planeia celebrar com seus familiares quando for seguro e prático fazê-lo. Não há nada de falso nisso. Espero que a maioria de seus convidados não recue. Ainda que seja comum hoje em dia ter uma pequena cerimónia “oficial” e depois uma grande festa depois. Encare de forma positiva. Espero que eles comemorem com consigo o mais rápido possível. Vista o seu vestido, caminhe pelo corredor com seu pai, dance com seus amigos - divirta-se.







Ana E, Obrigada por ter-me enviado o email, é das dúvidas das nossas leitoras que o blog continua! Antes demais devo dizer-lhe que precisa de fazer uma auto-analise e ter a certeza que natureza de relacionamento pretende. Se vai tomar a decisão de só querer a companhia do seu amigo faça o possível por não o magoar. Se tem certeza de que ele não se sente da mesma maneira. Não o use, nem se aproveite da fragilidade dele ter sentimentos por si. Faça uma leitura sincera do seu comportamento e do dele. Certamente a sua melhor opção é manter as coisas o mais leve possível e tente passar os próximos meses serenamente. E depois então, sair da maneira mais pacífica e calma possível. Decerto tem três razões bastante significativas para, pelo menos, continuarem amigos: vocês trabalham juntos, moram juntos. e têm certeza que se sente bem com ele. Dizer a alguém que tem sentimentos sérios por ela não é a única maneira de lidar com o amor não correspondido. Faça esse afastamento progressivo, mas também não “tente passar pelos pingos da chuva sem se molhar”. Isto é, se ele a confrontar seja sincera, uma verdade doí sempre menos que a mentira. Tempo e distância também são excelentes remédios. Mas, no mínimo, seria mais fácil lidar com as reacções dele quando não estiver mais a morar juntos. Apesar de ainda estarem a trabalhar no mesmo local.




Ana E, Não perca tempo a discutir com Elisa sobre se ela é ou não a sua personagem nas redes sociais. Porque esse não é o problema. A questão é que está infeliz nesse relacionamento e não quer mais morar com ela. Infelizmente é um problema muito vulgar e isso não é questão de debate. Os relacionamentos relâmpago com poucas bases normalmente assentes nas redes sociais são difíceis de sustentar. Primeiro pense se pode entrar em contacto com amigos e familiares e pedir ajuda para mudar para outro local até poder voltar para casa? Existe um país mais perto de Portugal, para o qual poderia mudar e com segurança até que outras restrições de viagem sejam limitadas? Acredita que poderia continuar a viver com segurança (se não necessariamente feliz) no mesmo apartamento se terminasse com Elisa? Decerto pode entrar em contacto com a embaixada local e pedir ajuda. Se como diz já tem a situação de mudar de casa, e já para Portugal resolvida. Pode ter alguns percalços e muita ajuda para voltar a casa. Porém pense que não precisa da permissão de Elisa para deixar esse relacionamento. Boa sorte.







Ana E, Quando recebi o seu email fez-me pensar na situação incomum que todos enfrenta-mos. Certamente são tempos que precisamos de preparação psicológica para conseguir superar tantas dificuldades. Contudo devo dizer que, pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença.Tanto em termos de fazer com que sinta que há espaço para si na cama que compartilha. Com isso digo, que se sinta incluída no espaço de casa. Tanto em fazer o seu marido sentir-se um pouco mais à vontade. Por exemplo uma bandeja na cama para que ele possa comer sentado e sem deixar migalhas na cama, uma lata de lixo e uma mesa de cabeceira. Mas o ideal seria tentar ocupá-lo com outras tarefas e oferecer algumas soluções. Passando esta questão prática, nenhum desses ajustes implica um compromisso de ambos para melhorar com o que é possível neste momento, a vossa condição. Estou a falar não só do relacionamento feliz ou não, mas emocional e economicamente. Ele precisa da sua ajuda,paciência e compreensão para conseguir superar no meio de uma pandemia. Além disso devido à situação dele que não esteja disposto a passar os dias à procura de trabalho ou estando a ser produtivo. Tente identificar a situação, poderá ser passageira e existem sempre formas de sair e resolver estas situações. Decerto a procura activa de emprego e a analise de competências seja uma boa solução. Caso todas as tentativas a nível emocional e financeiro não surtam efeito procure ajuda profissional.

